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PRAÇA JÚLIO PRESTES, Nº 16
01218 020 | SÃO PAULO - SP
+55 11 3367 9500
SEG A SEX – DAS 9h ÀS 18h
16
set 2018
domingo 19h00 Recitais Osesp
Recitais Osesp: Emmanuel Pahud e Alunos da Academia


Emmanuel Pahud flauta
Alunos da Academia da Osesp
Alunos da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo


Programação
Sujeita a
Alterações
Charles GOUNOD
Petite Symphonie em Mi Bemol Maior, Op.216
Joseph Joachim RAFF
Sinfonietta, Op.188
INGRESSOS
  Entre R$ 50,00 e R$ 122,00
  DOMINGO 16/SET/2018 19h00
Sala São Paulo
São Paulo-SP - Brasil

 

A participação dos Alunos da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo é uma parceria institucional entre a Fundação Osesp e a Santa Marcelina Cultura.

Notas de Programa
CHARLES GOUNOD [1818-93]
Petite Symphonie em Mi Bemol Maior, Op.216 [1885]
ADAGIO E ALLEGRETTO
ANDANTE CANTABILE
SCHERZO: ALLEGRO MODERATO
FINALE: ALLEGRETTO
20 MIN
 
JOSEPH JOACHIM RAFF* [1822-82]
Sinfonietta, Op.188 [1873]
ALLEGRO
ALLEGRO MOLTO
LARGHETTO
VIVACE
26 MIN
 
 
GOUNOD
Petite Symphonie em Mi Bemol Maior, Op.216
 
No século XVIII, o conjunto de instrumentos de sopro era um veículo popular para entretenimento leve, especialmente na Alemanha e Áustria. Divertimentos, serenatas e partitas escritas para o octeto de oboés, clarinetes, fagotes e trompas eram executadas em festas, jantares e concertos, muitas vezes nas residências da nobreza. Obras importantes para essa formação incluem serenatas de Mozart, a sua Gran Partita K. 361 e o Octeto de Sopros, Op.103 de Beethoven.
 
O octeto de sopros caiu do gosto popular durante a maior parte do século XIX, até que foi revivido ao final do século, em grande parte devido aos esforços do flautista virtuoso, maestro e compositor francês Paul Taffanel (1844-1908). Em 1879 Taffanel fundou a Société de Musique de Chambre pour Instruments à Vent (Sociedade de Música de Câmara para Instrumentos de Sopro) em Paris, que durante os 13 anos de sua existência apresentou obras para conjuntos de sopro de pequeno e grande porte na Sala Pleyel. Entre as obras mais bem-sucedidas que Taffanel encomendou está a Petite Symphonie para nove instrumentos de sopro (1885) de Charles Gounod, um prolífico compositor da Belle Époque de Paris, cujas obras mais conhecidas hoje em dia são a ópera Faust e a célebre Ave Maria.
 
A Petite Symphonie segue a instrumentação “serenata” de Mozart com dois oboés, dois clarinetes, dois fagotes e duas trompas, adicionando uma parte de flauta solo escrita para Taffanel. Esta sinfonia em miniatura usa a forma padrão de quatro movimentos da sinfonia clássica. Estilisticamente, sua harmonia e sua escrita melódica têm toques românticos, mas em geral remonta à clareza estilística de suas obras ancestrais, as mesmas serenatas de Mozart. O primeiro movimento tem uma introdução lenta seguida de um allegro em forma de sonata. O segundo movimento, “Andante Cantabile”, apresenta um lindo solo escrito para o flautista estrela da sociedade de câmara. O terceiro movimento é um scherzo e trio de “caça”. A peça termina com um cintilante allegro finale.
 
 
RAFF
Sinfonietta, Op.188
 
Entre as obras que a Societé de Taffanel incluiu em seu repertório estava a Sinfonietta, Op.188, do compositor suíço Joseph Joachim Raff (1822-82). Raff mudou-se para a Alemanha aos doze anos, onde passou o resto de sua vida. Em sua juventude foi orientado por Mendelssohn e Liszt. Embora o início da carreira de Raff tenha sido marcado por pobreza e dificuldades, ele entrou em um período de reconhecimento público e crítico em 1863, quando venceu o concurso da Gesellschaft Musikfreunde (Sociedade de Amigos da Música) de Viena com sua primeira sinfonia aos 41 anos. Pela década seguinte Raff conquistou fama internacional. Sua produção prodigiosa inclui doze sinfonias, nove concertos, seis óperas e muitas obras de câmara, incluindo oito quartetos de cordas, quatro trios de piano e cinco sonatas para violino. Raff escreveu apenas uma sinfonietta para sopros, orquestrada para a típica seção de madeiras de uma orquestra sinfônica clássica. Embora grande parte da música de Raff tenha sido esquecida após sua morte, a Sinfonietta nunca perdeu sua popularidade.
 
A Sinfonietta, escrita em 1873, doze anos antes da Petite Symphonie, acrescenta uma segunda flauta à instrumentação de Gounod. Não temos registro da ocasião de sua estreia, mas foi publicada em novembro de 1874 por Siegel em Leipzig. O fato que o próprio Raff também tenha organizado todos os quatro movimentos para piano a quatro mãos talvez seja um sinal da popularidade da peça. Aparentemente foi Raff quem cunhou o termo sinfonietta, ou pequena sinfonia, um termo que foi adotado mais tarde por muitos compositores do século XX para descrever uma peça orquestral com dimensões menores que uma sinfonia tradicional. Embora leve em tom, a sinfonietta é concebida orquestralmente e tem a mesma duração que muitas sinfonias em escala real. Como Gounod, Raff aproveitou os novos sistemas de chaves para instrumentos de sopro que permitiram uma escrita mais virtuosa. Ele foi admirado por seus contemporâneos e críticos por suas habilidades como orquestrador ousado, e sua escrita aqui é caracteristicamente colorida. A Sinfonietta é típica do estilo maduro de Raff, na medida em que é de natureza clássica, construída ao longo de linhas tradicionais, mantendo um espírito alegre e vivaz.
 
Como a Petite Symphonie, a Sinfonietta mantém a tradicional estrutura sinfônica de quatro movimentos. O primeiro movimento, “Allegro”, exibe a variedade de textura e dinâmica de Raff e seu uso característico de contraponto e fughetto. Como em uma sinfonia clássica, o primeiro e o segundo temas são contrastados e desenvolvidos por toda a obra. O enérgico curto segundo movimento, “Allegro Molto”, é particularmente mendelssohniano, reminiscente do “Saltarello” de sua Sinfonia Italiana. O terceiro movimento, “Larghetto”, apresenta um segundo tema encantador e rapsódico, confirmando a reputação de Raff entre seus contemporâneos como um excelente melodista. O quarto movimento, “Vivace”, leva a pequena sinfonia para um final brilhante.
 
SARAH HORNSBY é flautista, professora da Escola de Música do
Estado de São Paulo e professora substituta de flauta da Unesp.
É doutora em Música pela Unicamp.
 

Leia a entrevista com Emmanuel Pahud, realizada por Renato Roschel e flautistas da Osesp, aqui.